1 – ARGUMENTO ONTOLÓGICO
Formulado pela primeira vez por Santo Anselmo, Arcebispo de Canterbury, e reformulado por Alvin Plantinga, esse argumento diz: “Deus existe, desde que é logicamente possível que ele exista”.
Este argumento é muito simples, exigindo não apenas uma crença em Deus, mas uma crença na necessidade de Deus. Se você acredita que ele é necessário, então você deve acreditar que ele existe.
Este argumento é muito simples, exigindo não apenas uma crença em Deus, mas uma crença na necessidade de Deus. Se você acredita que ele é necessário, então você deve acreditar que ele existe.
O contra-argumento: a crítica normalmente lida com o argumento ontológico dizendo que ele é uma “afirmação vazia”, o que significa que afirma qualidades inerentes apenas a uma declaração não comprovada, sem qualquer suporte. Também é criticado como um argumento circular, girando em torno de uma premissa a uma conclusão que se baseia na premissa, que se baseia na conclusão.
Cá entre nós, simplista ou não, eu acho esse argumento inteligente. É fato que ninguém provou, sem sombra de dúvida, que Deus existe, mas ninguém também provou que ele não existe. Ou seja, ele pode existir não?
2 – ARGUMENTO MORAL
Este argumento é muito antigo, e afirma que Deus deve existir pelo seguinte motivo: primeiro, um aspecto de moralidade é observado; a crença em Deus é a melhor explicação para essa moralidade do que qualquer outra alternativa; portanto, a crença em Deus é preferível a descrença em Deus.
O contra-argumento: este argumento é tecnicamente válido se os três componentes dele forem aceitos, e a maioria dos críticos se recusa a aceitar o primeiro. Moralidade, eles argumentam, não é universal. O homicídio foi perfeitamente aceitável para os soldados da Primeira Cruzada, que mataram cada homem, mulher e criança em Jerusalém em 1099. Thomas Hobbes argumenta que a moralidade baseia-se na sociedade em torno dela, e não é, portanto, objetiva.
3 – ARGUMENTO DE GRAU
Esse argumento é uma das “Cinco Provas de Deus” de São Tomás de Aquino, e ainda provoca debate. Aqui está a declaração de Aquino, traduzida do latim (não perfeitamente): “A quarta prova origina-se dos graus descobertos nas coisas. Pois é descoberto maior ou menor grau de bondade, de verdade, nobreza e outras coisas. Mas ‘mais’ ou ‘menos’ são termos falados sobre várias coisas que vão se aproximando de diversas maneiras a algo que é o ‘maior’, assim como no caso do ‘mais quente’ se aproximar do que seria o ‘maior calor’. Existe, portanto, algo ‘mais verdadeiro’ e ‘melhor’ e ‘mais nobre’, que, em consequência, é o ‘maior ser’. As coisas que são as maiores verdades são os maiores seres, como se afirma na Metafísica. Além disso, o que é o maior e o melhor é, de outro modo, a causa de todas as coisas pertencentes a ele; assim fogo, que é o maior calor, é a causa de todo o calor, como é dito no mesmo livro (cf. Platão e Aristóteles). Portanto, existe algo que é a causa da existência de todas as coisas, e da maior bondade e de toda a perfeição. Chamamos isso de ‘Deus’”.
O contra-argumento: a crítica mais prevalente desse argumento considera que não temos de acreditar em um objeto de um maior grau, a fim de acreditar em um objeto de um menor grau. Richard Dawkins, um famoso ateu, argumenta que só porque nos deparamos com um objeto com mau cheiro, não precisamos acreditar em algo que é a coisa mais malcheirosa do mundo.
4 – ARGUMENTO DE RAZÃO
O escritor C. S. Lewis surgiu com esse argumento. Ele afirma que Deus deve existir, porque: “Supondo que não há nenhuma inteligência por trás do universo, nenhuma mente criativa. Nesse caso, ninguém concebeu meu cérebro para o propósito de pensar. Trata-se apenas de um acaso, que os átomos no interior do meu crânio, por razões físicas ou químicas, se organizaram de uma certa maneira que me dá, como subproduto, a sensação que eu chamo de pensamento. Mas, em caso afirmativo, como posso confiar em meu próprio pensamento, que ele é verdadeiro? É como virar uma jarra de leite na esperança de que a maneira como o leite espirra resulte em um mapa de Londres. Mas se eu não posso confiar em meu próprio pensamento, é claro que eu não posso confiar nos argumentos que levam ao Ateísmo e, portanto, não tenho razão para ser ateu, ou qualquer outra coisa. Se eu não acreditar em Deus, eu não posso acreditar no pensamento e não posso usá-lo para não acreditar em Deus”.
O contra-argumento: essa ideia soa poderosa, e o julgamento final sobre ela ainda está em debate. Mas o seu principal
ponto fraco é que, no sentido mais estrito, não é uma prova da existência de Deus, porque requer a suposição de que a mente humana pode avaliar a veracidade ou falsidade de uma afirmação, e exige que a mente humana possa ser convencida pela argumentação.
ponto fraco é que, no sentido mais estrito, não é uma prova da existência de Deus, porque requer a suposição de que a mente humana pode avaliar a veracidade ou falsidade de uma afirmação, e exige que a mente humana possa ser convencida pela argumentação.
Mas, para rejeitar a hipótese de que a mente humana pode avaliar a veracidade ou falsidade de uma afirmação, uma mente humana tem de assumir que esta afirmação é verdadeira ou falsa, logo prova que a mente humana pode avaliar a veracidade ou falsidade de uma alegação.
Mas nada disso tem nada a ver com a existência de Deus. Assim, o argumento é mais tratado como uma refutação do materialismo naturalista. No entanto, dado que a maioria dos ateus usa o materialismo naturalista como a fundação de ateísmo, é um argumento muito viável.
5 – ARGUMENTO COSMOLÓGICO
A prova mais famosa de Deus de Tomás de Aquino é essa, e você provavelmente já ouviu falar dela de alguma forma. Esse argumento surgiu antes de Aquino, pelo menos tão cedo quanto Platão e Aristóteles, e em termos básicos, diz:
- Todo ser finito e contingente tem uma causa.
- Nada finito e contingente pode causar si mesmo.
- Uma cadeia causal não pode ser de comprimento infinito.
- Portanto, uma Primeira Causa (ou algo que não é um efeito) deve existir.
Isto é especialmente impressionante na medida em que foi teorizado pelos gregos, numa altura em que o universo não era conhecido por ter tido uma origem, que hoje chamamos de “Big Bang”. O argumento mudou para a seguinte forma:
- Tudo que começa a existir tem uma causa.
- O universo começou a existir.
- Portanto, o universo teve uma causa.
O contra-argumento: Sequencialmente falando, esses três pontos são verdade. Mas o segundo ponto requer que o universo tenha uma causa, e nem todos têm certeza disso. O “Big Bang” é a teoria mais prevalente na astrofísica hoje, mas há controvérsias se o universo é infinito ou teve um começo.
Esse argumento também comete a falácia lógica chamada “regressão ao infinito”. Se o universo teve uma primeira causa, o que causou essa causa em primeiro lugar? A crítica afirma que é injusto defender a causa de todas as coisas, e, em seguida, defender a única exceção de uma “Primeira Causa”, que não têm uma causa.[Listverse]
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